É só um artista internacional, pode ser cantor, cantora, banda ou mesmo ator/atriz, anunciar que vem pro Brasil, que algum repórter faz o “furo” de exigências de camarim. O “furo” está entre aspas porque não tem novidade alguma, tanto nas informações, que hoje estão publicadas em diversos sites, quanto na “reportagem”, que já é extremamente comum.

Aliás, artista que tem pedidos esdrúxulos também existe aos montes, pois a realidade é que eles são ótimas pautas para a assessoria de imprensa conquistar espaço em algum meio de comunicação.

Embora hoje não tenham função real, o início das exigências de camarim tem uma razão extremamente séria e técnica.

As “loucuras” começaram com David Lee Roth, da banda Van Halen. Nos anos 80 eles tinham um mapa de palco extremamente sofisticado que exigia uma estrutura muito bem feita além de grande atenção técnica, pois a energia elétrica e peso do equipamento eram muito grandes. Falhas nestes aspectos poderiam gerar um desastre (sem exageros) para a banda e audiência.

Para garantir que os “promoters” (produtores nos E.U.A. são chamados de promoters) fizessem tudo o que era necessário e que estava no contrato, eles colocaram um item, no meio das exigências, que poderia demonstrar a leitura, ou não, dos procedimentos necessários.

Este item é: não poderiam haver M&Ms marrons no camarim. Se houvesse, o show seria cancelado, sem reembolso do cachê.

Este é um exemplo do que parece ser algo sem sentido, ou que se tornou sem sentido, mas que tinha uma função primordial na sua concepção.

bedranFelipe Bedran
O professor carrasco

Os colunistas do Newronio são professores, alunos, profissionais do mercado ou qualquer um que tenha algo interessante para contar.