O mundo da música é um lugar muito fácil para se perder. Uma vez que o sucesso é conquistado, basta um pequeno deslize para se afundar e ficar obcecado com o amor dos fãs. São poucos os artistas que conseguem fugir desse padrão e conquistar seu espaço como músicos de respeito.

Marc Mueller, ou StreetMule, como é conhecido, faz sucesso exatamente por não correr atrás do sucesso. Mesmo já tendo participado de turnês com bandas como REM e Red Hot Chilli Peppers, o multi-instrumentalista prefere fazer suas perfomances nos corredores lotados do metrô de Nova York e aprecia a forma como a música era compartilhada no passado.

Segundo Mueller, no metrô há uma reação imediata à sua performance, e por mais que quase todas as pessoas passando por ele estejam ocupadas, é possível se conectar com elas mesmo que por um breve momento através da música. Mueller também acha estranho quando pessoas gravam com os celulares ou câmeras enquanto ele toca, pois ele é do tempo que a divulgação de sua banda era feita com cartazes espalhados pelas ruas. E, embora não ligue muito para a divulgação, ele prefere que a lembrança fique no coração e não nas mãos.

Marc não se considera um músico, e sim um instigador social, e há duas razões para seguir com essa carreira: primeiramente por essa conexão única com as pessoas que só a música é capaz de oferecer. Segundo ele, é tudo sobre viver no momento e reconhecer a respiração e o coração – afinal, é dele que vem a primeira sensação de ritmo nas nossas vidas.

Em segundo lugar, porém não menos importante, Marc faz música pois é através dela que se conecta com sua mãe, que gostava muito de cantar. Quando Marc toca o didgeridoo, ele consegue ouvir alguns dos mesmos tons que ouvia na voz de sua mãe, e isso passa a sensação de passar tempo com ela.

Para Marc Mueller, é tudo sobre compartilhar sensações e se conectar com pessoas de qualquer lugar do mundo. Uma conexão real, longe da obsessão e dos holofotes.

eu toco teclado numa banda chamada internet.