Depois de lançado no South by Southwest (SXSW) desse ano, Sound City, o tão esperado “filme do Dave Grohl” é, como esperado, muito mais do que o filme do cara mais legal do mundo.

O filme conta a história, de ascensão e queda, ascensão e morte, de um dos estúdios de gravação mais importantes da história da música ocidental. Não por causa da estrutura, do dinheiro, etc, mas pelo simples fator humano, a atmosfera empurrava as gravações analógicas para dentro de uma mesa de som única (literalmente), e o que se faziam lá, eram amizades e histórias, recheadas de discos de platina e hits atemporais.

A história do filme é contada por Dave, mas conta com entrevistas e participações dos que fizeram história na música, e ajudaram a construir a história do estúdio.

A partir de reflexões dos dinossauros (no ótimo sentido da palavra), conclui-se que, a música ali gravada jamais poderia ter sido gravada por um computador, o digital não capta o sentimento do momento, o feeling de um músico flui pelas válvulas e longos metros de fitas usados por lá, o suor é captado, o sofrimento é catptado, e de acordo com alguns trechos “it is just the way your heart beats”, “feel doesn’t mean your are in time”, “it is something you do not learn in a book, you find as musician”, “feel is being human”.

Pode ser uma visão lúdica e retrógrada da música, mas pode acreditar, eles tem bons argumentos, e o “eles” nesse caso são Neil Young, Tom Petty, Steve Nicks, dentro outros. Então se você ainda acha que o mp3, o pro tools, etc, vão salvar a música, pense que ainda somos humanos por trás de toda essa parafernália, e que relações interpessoais importam, seu sentimento importa, e acima do formato ou do resultado, ainda está o sentimento.

Ah! A cereja do bolo vem no final, Sir Paul McCartney se transforma em Kurt Cobain acompanhado por Dave, Krist e Pat Smear.

Estudante de publicidade, música, fotografia e das coisas boas e ruins da vida.