Sinapse por Lucas Youssef, 21/07/2010

“Como eu estarei daqui um ano?” Todo mundo já se fez essa pergunta mais do que normal alguma vez. Se não foi essa, foi uma parecida. Basta fazer pequenas alterações no advérbio interrogativo, no verbo, e – talvez o mais importante – no período de tempo para obter as variações. Mas a essência da pergunta é mesma. Uma tentativa de adivinhar o futuro, ou mesmo um desejo de que os tempos que ainda virão tragam as realizações dos desejos do momento. Maior do que a pergunta é a vontade de se encontrar e conversar consigo mesmo, passeando entre as emoções do antes e do depois. Um encontro um tanto inusitado, aparentemente impossível. Bem o encontro real, porque pensando de uma maneira virtual o encontro é bem possível.

Reler emails e mensagens no celular, rever fotos, ouvir músicas e tentar lembrar o que se sentia no momento em que aquelas coisas diziam muito não é a mesma coisa de ter uma conversa pesada consigo. Em vez de ir até o passado e haver um encontro estrondoso, o passado vem e fala baixinho, mas assim mesmo diz algo importante. E quem não gostaria de viajar no tempo, mudar as coisas e se aconselhar? Mudar o que foi é impossível. Mas mudar o que virá é bem possível. Novamente, de uma maneira virtual, se houver uma capacidade grande de abstração.

O problema da pergunta, do conselho, da mudança é como conversar com o “eu do futuro”. Técnicas simples. Talvez uma anotação na agenda. Ou um aviso no celular. Quem sabe um email? Sim, email. Com data para chegar no futuro. Explicação: futureme.org. Um site para escrever mensagens para si mesmo e enviá-las para o próprio email, com data de envio escolhida previamente. Até o momento, é possível enviar mensagens para serem entregues até daqui a 50 anos.

Já que não há como mudar o passado, nada melhor do que remediar o futuro. Então, por que não mandar perguntas, conselhos e pedir mudanças para o seu “eu do futuro”? Por qualquer motivo. Basta um email.

Twitter: @yousseflucas @NewronioESPM