Ontem aconteceu na ESPM o Digital Day e teve como pauta o espaço do conteúdo, branded content, na publicidade hoje em dia.

Repleta de grandes nomes do meio publicitário e também do jornalismo, o Digital Day serviu para compreender melhor o lugar que a propaganda se encontra.

Nas primeiras horas conhecemos melhor como as mudanças tecnológicas, como as ferramentas adblock e monitoramento de dados, possuem um papel fundamental para a maneira como o consumidor, em especial os millennials e a geração Z, encara a propaganda dentro de seu computador. Enquanto algumas empresas ainda acreditem que a solução está na segmentação através da mídia programática, o Digital Day nos mostra, com vários dados, que o retorno investido é quase nulo e uma boa parte desse consumidor não aguenta mais ver sua timeline cheia de propagandas de produtos que surgem apenas porque ele procurou algo na internet.

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Walter Longo e Edward Pimenta, ambos da Abril, mostraram essa nova cara e um pouco do seu trabalho como criadora de conteúdo para marca. Cada vez mais o consumidor busca por algo que seja de seu interesse e ter uma marca endossando isso é a melhor maneira de não ser invasivo ou repetitivo. Native Ads, Publieditoriais, etc são alguns das possíveis abordagens dentro dessa nova onda em entreter e comunicar para o consumidor que determinada marca acredita no que está sendo passado.

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O papo de branded content continuou pela tarde com Ricardo Gandour do Estadão e Fábio Reis da Pais&Filhos que comentaram sobre o papel do jornalista dentro da era digital e como a competição em ser algo atrativo é cada vez mais difícil. Ao invés de um texto puramente corrido, a fase que as grandes mídias se encontram demanda imagens, vídeos, gifs e tudo que soe interessante para uma tela de computador ou até mesmo do smartphone, que é o maior funil para encontrar conteúdo. Dentro dessa adaptação o papel do jornalista se assemelha ao do camaleão que agora precisa compreender muito mais que apenas uma mídia impressa. O segredo para manter o consumidor entretido está na forma e no local que você produz o conteúdo, afinal o público pode ser o mesmo, mas os momentos que ele consome o conteúdo é diferente.

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Um dos publicitários presente na palestra aproveitou o momento para questionar o papel desse jornalista quando ele assume o que seria a parte do criativo, afinal é necessário ter noções de direção de arte, design e outras ferramentas bastante próprias da pessoa por trás da agência. No entanto, o problema está em como o consumidor não está mais satisfeito como as propagandas tradicionais, em qualquer meio, são colocadas em seu cotidiano.

O professor da casa Diego Oliveira teve a oportunidade de falar um pouco dessa batalha de smartphones dentro do nosso universo mobile que estamos tão inseridos. O nosso papel dentro da internet está cada vez mais atrelado ao celular ao invés do computador como muitos imaginam. Cerca de 71 % do acesso à internet se dá através do aparelho e por conta disso, há uma certa democratização no consumo de conteúdo através da internet. Porém , de nada adianta uma marca estar inserida no ambiente digital com apps e portais se o consumidor não for compreendido. Para existir compartilhamento de conteúdo ele deve ser bom e dialogar, diretamente, com esse público, dessa forma ele se torna engajado.

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Já para falar de uma boa estratégia de conteúdo e adaptação ao meio que você está inserido, Alexandre Maron mediou um papo com o pessoal de Prazeres da Mesa, revista gastronômica, e a Globo e suas multiplataformas. Para eles, a grande aposta está na interação imediata com o leitor/consumidor. Um caso interessante é o fato que a Globo Rural, programa matinal sobre o mundo agrícola, sempre respondeu seus internautas no twitter ao ponto que memes e até mesmo páginas de adoração foram criadas para o canal sem nenhuma mão deles, mas eles resolveram usar isso a favor. Enquanto para o Prazeres da Mesa a nova ferramenta do Facebook, a Live, tem sido uma maneira de encontrar interação com inúmeras pessoas em várias horas do dia.

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Para finalizar tivemos outros membros da casa falando sobre como construir uma boa narrativa em vídeo, Vince Vader e Luiz Ferreira Jr. Estamos em uma época em que qualquer um com celular consegue fazer o seu vídeo, somos mídia constante e por conta disso, é preciso saber como contar essa história. Luiz faz parte do Núcleo de Imagem e Som da faculdade e nos trouxe além de uma aula sobre equipamentos certos, a teoria de Simon Sinek. Ele ressaltou como o propósito para se contar a uma história é fundamental e como é divido o golden circle de narrativa. No centro temos o porquê, depois caminhamos para o como e finalizamos com o que e dessa forma, compreendemos que conteúdo é fundamental.

Vince ressaltou como uma boa narrativa é o que parece faltar nos dias de hoje, comprovando, mais uma vez, que o conteúdo é a nova maneira de entreter o consumidor que sente uma carência. Além de mostrar o curta Apple of My Life, filmado completamente no iphone, conhecemos novas plataformas e apps que representam bastante a ideia que todos somos mídia e nossa necessidade, quase que intrínseca, de contar uma boa história.

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Com o pé na estrada e a cabeça na lua.