Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu na cidade de Figueres, na Catalunha. Filho de um tabelião local, seu gênio rebelde manifestou-se desde pequeno. Como a sua família tinha posses, matricularam-no, em 1921, na Academia de Artes de San Fernando, em Madrid, onde se tornaria amigão de Federico García Lorca e de Luis Buñuel. Conforme Wikipedia: “Já então Dalí chamava a atenção nas ruas como um excêntrico cabelo comprido, um grande laço ao pescoço, calças até ao joelho, meias altas e casacos compridos”.
Começava assim a lenda Dalí.

– Os amigos da Academia tornaram-se inseparáveis, compartilhavam as mesmas opiniões. Lorca era o mais velho dos três. Já escrevia peças de teatro enquanto Buñuel iniciava no cinema e Dalí nas artes plásticas. Certa vez, leu uma de suas peças para Dalí, que ficou encantado, achou genial, fantástica e parabenizou efusivamente o colega. Depois foi ter com o Buñuel, dizendo: “Luis, você precisa conhecer a peça, é demais”.
Marcaram então uma nova leitura para o dia seguinte, desta vez com a presença do Buñuel. Terminada a leitura, este esbravejou: “Esto es una mierda”! Dalí olhou para o Lorca e ememendou: “Es una mierda mismo”.
Por ser homossexual assumido, Garcia Lorca seria assassinado, em 1936, pelos fascistas – em Granada, sua cidade natal.

– Dalí, Buñuel e Lorca entraram para o movimento surrealista de André Breton. Só feras frequentavam: além dos quatro, Marcel Duchamp, Man Ray, Paul Éluard, Jaques Prevert, Joán Miró e Max Ernst, entre outros. A coisa foi indo bem até que Dalí começou a se preocupar em ganhar dinheiro, em vez de pensar no movimento. Desagregador e extremamente individualista, foi expulso. Convenhamos: para ser expulso de um movimento como o surrealista o cara tinha de ser mais surrealista ainda.
– Quando a Guerra Civil Espanhola acabou, com a vitória dos fascistas do Generalíssimo Franco, Dalí cometeu aquela que seria sua maior afronta à democracia. Ou, na opinião dos surrealistas, seu primeiro grande golpe publicitário. O pintor felicitou os franquistas parabenizando-os por “limpar a Espanha das forças destrutivas”. Ficou mundialmente famoso e odiado.

– Vivendo em Nova York, denunciou o seu colega, o cineasta surrealista Luis Buñuel como ateu e comunista. Buñuel foi despedido do seu cargo no Museu de Arte Moderna e passou constar como persona non grata na indústria cinematográfica dos USA. Amigo assim…

– Ainda em Nova York, aprontou uma das suas. O presidente dos USA era o John Kennedy. E Dalí, o pintor mais rico do mundo. Kennedy pediu para o seu staff para marcar uma reunião com o artista, pois queria conhecer o fenômeno pessoalmente.
Dalí compareceu ao encontro no salão oval da Casa Branca de paletó vermelho. Detalhe: com um omelete dobrado no lugar do lenço de lapela. Ele se apresentou e entregou o omelete para o presidente que, desconcertado, ficou segurando o presente sem saber direito o que fazer.

– Nos USA, influenciou a moda e a publicidade (e muito) com seus desenhos de figurines, cenários e ilustrações. Cobrava uma fortuna pelo seu trabalho. E pagavam.
Aqui, mais uma vez, seus detratores o classificaram como um publicitário de luxo, um oportunista sem escrúpulos.

– Salvador Dalí tinha a fama de transformar em ouro e sucesso tudo que tocava. Nos anos 1950, ele caminhava numa praia da Catalunha quando viu um menino. Sem pedir licença para os pais, de passagem, fez um carinho na cabeça da criança.
Sabem quem é o menino? O super fotógrafo J.R. Durán.

Artista ou gênio da puclicitário? Não importa. Goste ou não goste, o cara era genial. Sua obra está nos museus mais famosos do mundo, inclusive no Teatro Museu Gala y Salvador Dalí – em Figueres, Espanha.

A propósito, o nome do qadro que ilustra este esrtigo tem um nome bem surrealista: O Gran Masturbador.