A BMW mora no imaginário de qualquer amante de veículos e Carolina Bartholi Guimarães – aluna de Relações internacionais do 6º semestre – trabalha nessa empresa que é uma das mais renomadas do mundo e que é o sonho de consumo de milhões. Conheça um pouco mais sobre a Bayerische Motoren Werke nessa entrevista.

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De onde vem essa empresa e qual seu segmento de negócio?
Atualmente eu trabalho na BMW do Brasil, empresa de origem alemã conhecida pelos seus automóveis e motocicletas de alta performance.
A multinacional começou a produzir veículos automotivos quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim. Com o tratado de Versalhes, a Alemanha ficava proibida de produzir armamentos bélicos, assim a BMW mudou seu segmento de atuação. O atual logo que vemos azul e branco numa espécie de hélice, homenageia a história, referindo-se aos antigos aviões de guerra que eram produzidos para a Luftwaffe. As cores azul e branco são pertencentes a bandeira da Baviera, local de fundação da BMW.

A BMW oferta serviços de vendas e pós-vendas para suas três marcas (BMW, MINI e BMW Motorrad) em todo o Brasil através de diversas concessionárias. A empresa atua em 14 países diferentes e possui 30 fábricas distribuídas em localidades estratégicas. O segmento de mercado é considerado premium puro, e por essa escolha a empresa concorre diretamente com marcas como Daimler-Benz, Audi, Porsche, Jaguar, entre outras.

Qual sua posição na empresa?
Desde janeiro de 2017 desempenho a função de estagiária de CSI (Consumer Satisfaction Index). O departamento de CSI lida diretamente com a satisfação dos clientes após as passagens nas concessionárias. São utilizadas pesquisas em que constam os principais indicadores de performance e suas respectivas notas, dadas por cada cliente. Através dessas notas, eu atualizo reports, estudo bases de dados, e penso em diversas ações de melhorias que podem ser implementadas para aumentar a nota do Brasil, como um todo. Além de parte de pesquisa, a área de CSI é importante para construir a imagem da marca na mente do consumidor e entender quais os pontos fracos, e forte também, da BMW no país.

O departamento de CSI é englobado por uma área que chamamos de “H”, cada setor dentro de empresa recebe uma letra como denominação. Dentro deste também encontramos o departamento de CRM, que lida com a parte de tecnologia para atrair consumidores; departamento de Desenvolvimento de Rede, que busca adequar cada concessionária aos padrões previstos pela sede alemã; departamento de Treinamentos, o qual direciona projetos para instruir a rede de colaboradores a oferecer de maneira correta os serviços aos clientes; Por fim também temos o departamento de SAC, o qual lida com pendências com consumidores e resolve questões críticas, muitas das quais envolvem problemas jurídicos com clientes.

Como foi o processo de seleção?
No caso da BMW do Brasil o processo de seleção é bem curto. A vaga foi disponibilizada no canal de vagas do CINTEGRA ESPM, e por lá, mandei meu currículo. Poucas semanas depois, recebi um convite para participar de uma entrevista com o gestor do departamento e um representante do RH. A entrevista durou cerca de 30 minutos e foi seguida de alguns testes de habilidade de Excel. Depois de poucos dias, recebi outro telefonema me informando que havia sido escolhida para o trabalho. Ao todo o processo de seleção durou 1 mês e o contrato foi assinado para que o estágio durasse 2 anos inteiros.

Quais os pontos que você pode destacar em relação a essa empresa?
Como uma empresa alemã que carrega uma tradição consigo desde o século XX, a BMW é extremamente estruturada em seus processos. Tudo tem um motivo, destino e responsável. Lá dentro é muito importante saber como cada tarefa funciona. Além disso, como estagiária, pude observar que as diferentes áreas da empresa funcionam como engrenagens de um relógio, ou seja, além de seu desempenho individual, cada departamento impacta diretamente um no outro. Outro fator que é símbolo da BMW é a sua presença global. O contato que tenho todos os dias com diversas partes do mundo, traz uma bagagem cada vez maior para meu aprendizado. O uso de idiomas estrangeiros é constante, assim como a leitura de dados e a implementação de inúmeros novos projetos ao mesmo tempo.

Algum outro ponto/detalhe/informação/curiosidade que você gostaria de compartilhar com os leitores sobre sua experiência na empresa?
Percebi que depois de alguns meses na empresa, certas coisas você só aprende fazendo, e muitas outras, só aprende lá dentro. Todo mês eu entrego um Jornal Informativo de Qualidade, que conta como tem sido o desempenho das concessionárias e suas boas práticas que ajudam a reter clientes. Parte deste processo implica em escolher fotos representativas que ilustrem o jornal. Recentemente estava escolhendo novas fotos e fui parada pela minha chefe dizendo: “Está aqui é muito interessante e simbólica”. Inicialmente não entendi, afinal não se tratava da foto de nenhum carro ou mesmo motocicleta, porém de uma mão com luva branca colocando o logo da marca em um veículo, porém havia tanto zoom, que mal podíamos ver qual era o veículo em si. Logo, ela me explicou: “O momento em que se coloca o logo BMW em um carro é considerado como uma tradição, por isso a luva branca. Mais do que um processo, é a finalização da produção de uma obra de arte. São poucos técnicos que tem a autorização para fazê-lo.” Desde então, esta tem sido a capa do Jornal nos últimos meses.

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Darlan Moraes Jr

Formado em Comunicação Social pela ESPM e Administração de Empresas pela PUC de São Paulo.
Foi Diretor de Criação em agências como JWT na República Tcheca, D´Arcy na Romênia, BBDO na Letônia e Rússia dentre outras. No Brasil trabalhou em agências como a McCann. Depois de 15 anos fora da pátria mãe, retornou em 2012 e hoje trabalha – através da sua empresa Nova Opção - com aproximação do Brasil, Rússia & Leste Europeu em diversos segmentos de business.
www.darlanmoraesjr.com
www.novaopcao.biz

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