“Nove a cada dez dentistas recomendam Colgate/Oral-B/Sorriso.”

Estamos mais do que acostumados a essa famosa frase ao final dos comerciais de creme dental. Mas a partir do momento em que todas as marcas usam esse argumento, qual diz a verdade? E até que ponto ele possui algum fundamento?

Diariamente utilizamos e somos vítimas de argumentos falhos. E muitas vezes sem perceber.

Montamos discursos baseados no senso comum, nas emoções, na violência… e acabamos nos esquecendo de nos basear simplesmente na verdade, em algo que possa ser comprovado. Esses argumentos são chamados de falácias retóricas.

Uma das falácias mais comuns é o apelo à autoridade anônima, que pode se confundir com o apelo duvidoso à autoridade. A primeira se refere a uma crença que parece ser baseada em algum estudo e é utilizada como verdade, como quando sua avó diz que, ao tomar banho após o almoço, você vai morrer.

Ou quando Silas Malafaia diz “Ninguém nasce gay. Não existe ordem cromossômica homossexual. Não existe gene homossexual. Existe ordem cromossômica de macho e de fêmea. Vamos às pesquisas, 46% dos homossexuais foram violados e violentados quando crianças e adolescentes. Esses 46% passaram a ser homossexuais depois de serem violentados.”

Já a segunda diz respeito a algo que foi dito por um suposto especialista. É o caso da pasta de dente.

E quando dizemos que o novo celular lançado é muito superior ao anterior? Estamos cometendo um apelo à novidade ao deduzir que, por ser mais novo, é melhor. Como na propaganda do novo Iphone.

Uma situação comum é quando juramos que não fomos traídos por simplesmente não conseguirmos aceitar a verdade. Nesse caso, estamos apelando às consequências de uma crença.

São tantas as falácias, que elas até podem ser até conferidas num simpático infográfico do projeto “Information is Beautiful”. Mas, provavelmente a mais cometida, a mentira é uma das maiores manipulações que podem ser feitas com argumentos falhos. E pior, é totalmente consciente.

Tim Burton, gatos e gosto musical duvidoso.