Doenças mentais, cobiça e envelhecimento. Esses são alguns temas explorados no álbum icônico do Pink Floyd. Dá pra acreditar que letras com um caráter reflexivo tão profundo, que foram aliados a uma extensão sonora diferenciada, iam se tornar parte de um dos trabalhos musicais mais vendidos da história? “The Dark Side Of the Moon” completou quarenta e dois anos recentemente e ainda se mostra como um projeto atual, vivo e ponto (genialmente) fora da curva.

Ele poderia muito bem ser o “tiozão” dos álbuns, entre tantos lançamentos que estamos acostumados a digerir atualmente. É curioso notar que a indústria musical se apresenta de forma cada vez mais quantitativa. O iTunes está lotado de novos singles, o Spotify personaliza as canções mais tocadas em variadas listas e os chamados hits vão e vem sem se preocupar com a ação (maldosa) do tempo.

Dessa forma, inúmeros artistas se ludibriam com propostas de gravadoras e esquecem que fechar um conceito duradouro para um CD pode faze-lo ser lembrado para sempre. E esse é o caso do Pink Floyd, certo?

Gravado entre junho de 1972 e janeiro de 1973, o disco que se manteve (quase) quinze anos no topo da Billboard 200 (EUA) é cercado de mistérios e lendas que permeiam seus cenários: começando pela arte de sua capa, que é massivamente reproduzida das formas mais criativas possíveis. Criada pelo legendário designer Storm Thorgerson, os traços que ilustram o prisma tiveram uma inspiração muito comum: a luz de um show. A simplicidade duelando com um contexto psicodélico com certeza se mostra como outro fator chave para o sucesso do trabalho.

Outra curiosidade notável, está no fato de que o nome do disco quase foi “Eclipse (A Piece for Assorted Lunatics)”, todavia a nomenclatura (fraca, não?) foi abandonada rapidamente. E aproveitando a temática de títulos e junções, outro fato que instiga os fãs da banda londrina é a impressionante sincronia com o longa “O Mágico de Oz” de 1939. Sim, a viagem da garota Dorothy está supostamente relacionada com todos os minutos do “The Dark Side Of The Moon.” Assista abaixo:

Em síntese, a obra do grupo rendeu infinitas contribuições para o universo artístico. E as novidades não por aí: “The Endless River” foi lançado no ano passado, após duas décadas sem material novo disponível. O disco celebra o rock progressivo e remonta a fase vivida nos anos 90 e em contra partida, não deixa de ser uma bela homenagem ao membro Rick Wright, vítima de um câncer em 2008.

Além disso, o som continua sendo resgatado: o guitarrista e cantor, David Gilmour, acabou de confirmar uma nova turnê solo provando que a luz daquele prisma continua sendo refletida de alguma forma.

Nome de rei, força de vontade de plebeu.