Cerca de 4.6 milhões de pessoas fugiram de seu país, nos últimos 5 anos, em busca de algo que já deveria ser de todos: a paz. Essa é a triste realidade para os sírios que vêem sua nação desolada por uma guerra civil que não tem data de encerramento.

Para fugir da situação desagradável é preciso enfrentar uma cidade inteira repleta de bombardeios e guerrilhas, aqueles que conseguem atravessar todo esse caos se deparam com um inimigo ainda maior, o mar.  Por conta de ser o percurso menos perigoso de se escapar, fugir pelo mediterrâneo tem sido a única escolha do povo assolado pela tirania de Assad e das milícias.

Europa e a Síria estão a kilometros de distância, mas mesmo assim é o local que já está melhor preparado para receber o povo. Enquanto a travessia ocorre, infelizmente, muitas embarcações acabam sendo destruídas pela correnteza e marés, pois são bastante precárias e não aguentam o número de pessoas fugindo.

Por conta disso, ao todo são 4 mil sírios, em sua maioria crianças, já perderam a vida nessa busca por um momento de paz e esperança. Porém, parece que estamos vivendo um momento de banalização dos nossos sentimentos quanto ao assunto e nos atentamos somente aos números e às manchetes.

Contudo, estamos falando sobre pessoas que tinham suas vidas, suas famílias e seus momentos de alegria. Poucos devem se lembrar de Aylan Kurdi, o menino de 3 anos que amanheceu morto nas areias da Grécia.

Ele representa o povo sírio que é deixado de lado e esquecido por conta de outros compromissos em nossas vidas.

Para deixar de lado nomenclaturas clássicas de jornais como refugiados, nômades ou fugitivos, a TBWA da Turquia lança, The Sea Cemetery. Um memorial para as pessoas esquecidas nas profundezas do mar que consiste em 200 lápides de mármore com os nomes dos sírios que tentaram atravessar o mediterrâneo.

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Além do cemitério real, um site interativo foi criado para nos deixar a par da situação e eternizar a homenagem ao povo. Com depoimentos de familiares descobrimos um lado bastante melancólico da situação que nunca chega à nós.

The Sea Cemetery nos ajuda lembrar que as tragédias causadas pelos próprios humanos não devem ser esquecidas ou levadas pelo mar.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.