Muitos dizem que os anos 80 foram a “década perdida”, seja pela cafonice das roupas coloridas e exageradas ou talvez pela explosão da música dance (que na verdade já nascera bem antes). Mas é também a década em que nasceu o maior fenômeno do entretenimento moderno: o videogame.

Alguns ainda acreditam que é uma plataforma para o entretenimento juvenil, apenas. Curioso que ainda haja quem pense assim, frente ao tamanho gigantesco do mercado, único ramo do entretenimento que rivaliza com o já centenário cinema.

Algo fundamental nos games sempre foi a trilha sonora. Talvez a maneira mais fácil de sermos transportados para a nostálgica atmosfera da infância seja ao ouvir alguma das trilhas sonoras dos jogos que jogávamos. Quem não ouve a trilha de Mario, Zelda, Final Fantasy o Sonic e não se vê transportado para as longas tardes após a escola (ou manhãs pré-escola para alguns)?

As músicas de videogame começaram enfrentando sérias dificuldades: como transformar algo tão complexo como a música, com variações tonais, dinâmicas e de timbre em algo simples o suficiente para caber nos limitados dos primeiros arcades?

Esse era o desafio de pessoas como Junko Ozawa, que desenhava a onda formada por cada um dos sons que utilizava, ou Hirokazu Tanaka, grande fã de Reggae que se sentia como uma criança ao programar músicas novas (e você achando que aquele baixo pesado dos games de corrida era coincidência!).

São esses os personagens da série de vídeos Diggin’ in the Carts, projeto da Red Bull Music Academy que explora a história das música de videogame.

Essa primeira parte do documentário apresenta diversos relatos não só de músicos da indústria, como também de DJs e rappers, que reconhecem a influência das trilhas de games como Pac Man em todo o estilo musical da época, afinal “todo mundo jogava Pac man quando era menor”.

O segundo vídeo da série já está disponível e a expectativa para os próximos é grande.

O interesse da marca não é gratuito ou uma espécie de pescagem do fundo do baú: a cultura 8-bit vem crescendo na Europa (tradicional epicentro de tendências da música eletrônica). Artistas reutilizam consoles e placas de arcade descartadas para recriar os sons característicos. O documentário Europe in 8 Bits aborda exatamente isto.

É legal como esse material apreciado por um nicho tão específico, mas com um alcance tão popular, foi resgatado nos últimos tempos e tem, aos poucos, recebido a devida atenção e apreciação.

Minha barba. Minha vida.