Uma garotinha, uma ampulheta e uma (grande) dose de aflição. Bom, essa foi a maneira encontrada pela agência Twiga, de Moscou, para passar uma mensagem de cunho social.

Utilizando casos graves de desaparecimento e o desejo de informar as pessoas sobre a intensidade da situação, a equipe montou uma estrutura chocante.

Assista:

Tudo começou em 2010, quando Liza Fomkina de cinco anos de idade faleceu após se perder por cerca de dez dias em uma floresta. O caso impressionou, pois o corpo da criança só foi encontrado após 216 horas do desaparecimento, atraso que é fortemente justificado pela ausência de mobilizações logo após o sumiço de Liza.

Pensando nisso e na grandeza do incidente, a ONG “Liza Alert” que é sustentada pela campanha decidiu agir. O principal intuito do projeto gira em torno da palavra conscientização – para a agência passar a mensagem de que 48 horas de desaparecimento já são suficientes para dar início à uma busca é o ponto de chegada essencial da ideia num todo.

O projeto recebeu inúmeras citações expontâneas em sites de notícias e as redes sociais ficaram repletas de fotografias da instalação. 

Segundo Oliviero Toscani, conceituado fotógrafo italiano e autor de diversas obras (polêmicas), a publicidade é um cadáver que nos sorri e por meio dessa ação isso fica bem perceptível.

Existem vários caminhos para “maquiar” uma situação e ao invés de propor uma solução mágica ou tipicamente capitalista, a ação em questão trabalha o sentimentalismo humano e o poder transformador de uma informação útil,  fazendo assim o “cadáver”de Toscani estar presente não só em significação, mas personificado na boneca realista da campanha.

Comunicar um alerta de interesse geral, além de se tratar de uma arma de impacto, é um modo de se transmitir uma mensagem que certamente pode mudar a vida de pessoas e ajudar a encontrar outras.

Nome de rei, força de vontade de plebeu.