Uma arte tão bonita mas ao mesmo tempo tão cruel. O balé clássico exige um amadurecimento físico e mental, ao mesmo tempo que requer dedicação e esforço, culminando em muitas crises. Uma técnica milenar que requer um trabalho de anos, participando de muitos momentos na vida de seus bailarinos.

O processo de introdução ao balé começa por volta dos 5 anos, permeando pela infância, adolescência e (em alguns casos) vida adulta. Ele faz parte de uma série de aprendizados e tem o seu teor de influência em aspectos psíquicos como responsabilidade, engajamento e dedicação.

O papel de mestre na técnica clássica apresenta, com isso, uma importância ainda maior, agindo muitas vezes como inspiração para seus bailarinos. Por esse motivo, os professores devem sempre balancear a rigidez com a compreensão, mas não necessariamente fazem. O poder do seu orientador é muito bem contado em Polina.

A história nascida em quadrinhos, produzidos pelo ilustrador Bastien Vives, conta a vida da bailarina russa Polina. O talento combinado com o esforço da garota a faz conquistar uma vaga no Bolshoi (uma das academias de renome mundial). A fase da troca de professor a faz questionar o futuro de sua dança. Até que ponto faz sentido reproduzir os repertórios aleatoriamente, se uma arte é basicamente constituída pela criatividade e subjetividade do autor?

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Polina encontra o destino de sua arte em um caminho totalmente diferente do planejado. Ao entrar em contato com a dança contemporânea e moderna, sua arte encontra seu próprio rumo, produzindo um movimento único e autoral.

O embate à liberdade se mantém na adaptação de Valérie Müller e Angelin Preljocaj. O filme mostra a sua progressão no balé, de aluna dedicada até professora. A produção se manteve fiél à realidade e à essência dos quadrinhos de Bastien, com os temperos próprios de cada diretora.

 

eu causei desgosto pro enem, mas to aqui.