Quando você pensa em bombas nucleares, não que você deva pensar, mas provavelmente beleza não é a primeira coisa que vem a mente. Por essa razão o fotógrafo Nadav Kander ao descobrir duas cidades em zona militar proibida na fronteira da Rússia com o Cazaquistão, já sabia o que fazer. Pegou sua câmera, seu contador geiger e saiu em direção à Priozersk (Moscou 10) e Kurtchatov.

Prédios nucleares

As fotos tiradas vão para o novo livro de Kander, Dust, que esteve em exposição nas galerias Flower Gallery e Torch Gallery em Londres e Amsterdam. Considerado um dos melhores fotógrafos de paisagens dessa geração ele diz que o foco de suas fotos não são as paisagens em si, mas a humanidade e como existimos.

Os pilar malucao

As fotos desse livro, como a maioria, tem uma beleza obvia, mas um tom meio escuro e melancólico. As cidades fotografadas eram locais de testes atômicos, principalmente Kurtatchov onde, apesar de remotamente populado, centenas de bombas e mísseis foram detonados no Polígono(aréa de testes próxima). Kander dizia que o tique de seu contador geiger o lembrava do perigo existente ali.

O laguinho nuclear

Muitos fizeram trabalhos similares mas quase nenhum conseguiu capturar o existencialismo que Kander conseguiu, não é a toa que suas fotos ressaltam o interesse por Dostoyevsky e a condição humana, tanto que fotografou Semipalatinsk, cidade onde o filósofo fora exilado. Pelas fotos ele quer mostrar a beleza das coisas que são perturbadoras de ver, pois mostra uma certa sombra existente em nós.predio do mal

Mesmo tendo sido preso em ambas as cidades que, ele não desistiu, e conseguiu nos trazer essas impressionantes fotos de um lugar de certo modo esquecido pelo tempo e um remanescente à uma época apesar de muito recente muito obscura. Quase tão obscuro quanto a inspiração para o título do ensaio The Waste Land de T.S. Eliot.

Ei! Você que ta ai lendo! Para de me stalkear!