“I Have a Dream”, discurso realizado por Martin Luther King em 1963, é, desde que veio à público, mais que apenas um discurso. Completando 50 anos hoje, dia 28 de agosto, as palavras do pastor ainda ecoam por todos os cantos do planeta, por representar a luta pela paz e liberdade em forma de palavras.

O discurso foi realizado “sob a simbólica sombra” de Abraham Lincoln, nos degraus do Memorial de Lincoln, em Washington D.C.

Perante mais de 250 mil pessoas, o líder afro-americano reascendeu a chama da justiça que voltou a travar uma batalha contra as “algemas da segregação e discriminação”, mesmo após a abolição da escravidão ocorrida 100 anos antes com a Proclamação da Emancipação. “… Cem anos depois, o negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra… ”.

Em 1968, Martin Luther King foi assassinado, na cidade de Memphis, o que culminou em diversas revoltas espalhadas pelo país.

Apesar de grandes avanços sociais que o país norte-americano conquistou, há uma longa estrada rumo à igualdade. O desemprego em meio à comunidade afrodescendente ainda é o dobro da média nacional e a renda média de uma família negra equivale à apenas dois terços da renda geral dos americanos.

“I Have a Dream”durou apenas 16 minutos, mas sua mensagem, a cada ano que passa, se imortaliza mais nas páginas da História. Seu grande sucesso deve-se pela excepcional arte da retórica, na qual a anáfora (recurso linguístico) se fez bastante presente, por exemplo, nas repetições de “I have a dream”e “Now is the time”. Arte essa que transitou por grandes mentes, como Mahatma Ghandi, Jesus Cristo, Aristóteles, Getúlio Vargas e, até mesmo, Adolf Hitler.

Hoje, Barack Obama, primeiro presidente negro americano, fará um discurso em homenagem ao grande líder, apesar de existir grandes diferenças entre ambos. Mais de 150 mil pessoas acompanharão o pronunciamento do presidente e os sinos das igrejas de todo o país soarão no exato momento em que o discurso “I Have a Dream” foi feito.

A grande questão que fica é: Será que a luta pela igualdade racial acabou? Será que o sonho de Martin Luther King, que não se restringe apenas aos Estados Unidos, foi realizado? Será que nós brasileiros não temos alguma responsabilidade social perante à este grande acontecimento histórico? Ou estamos isentos de problemas sociais, políticos, econômicos e etc.?

Antes, era apenas mais um garotinho, do interior de SP, com uma cabeça desproporcional ao corpo. Agora, um estudante de Publicidade e Propaganda da ESPM.