O último dia da 4ª Semana de Marketing foi marcado por um encontro no auditório para conhecer um pouco mais dos nossos esportes e ex atletas Olímpicos. Esse contato se deu por dois documentários, desenvolvidos pelo Núcleo de Imagem e Som da ESPM, e busca trazer maior visibilidade para os esportes que vivem ofuscados pelo futebol e a nossa cultura que prestigia pouco nossos atletas.

Ambos os documentários possuem um caráter bastante intimista quanto ao papo com os antigos nomes do esporte brasileiro, Lars Grael (velejador duas vezes medalha de bronze) e Jackie Silva (jogadora de vôlei de praia e medalhista de ouro). Contando um pouco de suas trajetórias de batalha e persistência alguns aspectos se tornam bastante frequentes nas duas histórias: A falta de incentivo ao esporte no Brasil e a característica educadora que o esporte nos proporciona.

Para Grael o iatismo ou vela é um esporte que nunca foi a cara do povo brasileiro, não por questões econômicas, mas sim por questões culturais. Descendente de nórdicos, o velejador sempre teve essa paixão pelo esporte por conta de seu passado e incentivo do avô. Para ele a vela é o esporte que mais traz uma aproximação entre o homem e a natureza, pois podemos, através do contato com o mar e o vento, aproveitar o que a natureza nos oferece. Quanto às Olimpíadas, Lars acredita que podemos tirar o maior proveito possível do que o esporte nos proporciona e um grande evento também. A essência do esporte não está nos resultados e sim na formação do indivíduo e na integração social. Ao colocarmos os olhares do mundo no Brasil, podemos repensar uma melhor maneira de representar nossa nação, buscar um legado realmente positivo, uma mudança comportamental que vise o bem estar do brasileiro.

imagem_release_533793Lars Grael em 2015

Jackie Silva acredita que no nosso país esporte e estudos nunca foram uma combinação vista como integrada, afinal, ela mesmo, já teve que deixar de lado muitas horas de estudo para ficar treinando, intensamente, para grandes competições. Aqui nasce toda a lógica de que o esporte, na maioria das vezes, não traz futuro para a maioria dos jovens que sonham com essa vida. O incentivo já se torna difícil, porque entre os que se dedicam à vida no esporte são vistos como atletas e não pessoas, como ela gosta de definir, acabam virando coitados à merce de uma lógica completamente errada em sua base. O caráter bastante crítico que Jackie faz é fruto de seus anos treinando e vivendo nos Estados Unidos, país que a acolheu quando a seleção de vôlei a rejeitou em 84. Lá ela conheceu o vôlei de praia e todo o caráter mais educacional que os americanos buscam no esporte, através de inúmeros incentivos em faculdades e colégios.

jackiesilva_clinica1Jackie Silve em sua clínica de vôlei de praia em 2015

Os documentários dos atletas, ao todo serão dez, são uma forma de ver como um evento de tamanha magnitude como as Olimpíadas e seus esportes merecem o devido reconhecimento.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.